sábado, 22 de outubro de 2011

Revisitando a aula do dia 02/09/11!



Annya lendo para Yago - o bebê interage com o mundo que o cerca, produzindo assim seu conhecimento!



Yago musical...

Revisitando a aula do dia 02/09/11

Em 02/09/11, nosso estudo deteve-se nas características de aprendizagem musical da criança entre 0 e 3 anos.

A CRIANÇA E A MÚSICA

Debatemos em sala de aula sobre as relações existentes entre a criança e a música, partindo do princípio que o envolvimento das crianças com o universo sonoro inicia antes do nascimento, pois é sabido que interagem permanentemente com o ambiente sonoro que os envolve.
O processo de musicalização dos bebês e crianças começa espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato com toda a variedade de sons do cotidiano, incluindo aí a presença da música.

Segundo François Delalande, o desenvolvimento da produção sonora da criança pode ser comparado aos estágios de atividades lúdicas, segundo Piaget.

Período sensório-motor

• EXPLORAÇÃO
Jogo Sensório-motor (0 à 2 anos)
O jogo é a forma mais primitiva forma que aparece no período sensório­motor, ocorrendo pelo prazer de repetir as atividades. (exploração de objetos que produzem ruídos)

Período Pré­-operacional

• EXPRESSÃO
Jogo simbólico (a partir dos 2 anos)
O jogo simbólico aparece por volta dos 2 anos e marca o início da representação.

• CONSTRUÇÃO
Jogo com regras (a partir dos 4 - 5 anos)
Os jogos com regras já implicam um processo de socialização da criança. Compreender as regras implica uma complexidade maior do pensamento.


Nesta oportunidade foi feito debate em relação aos textos:
1. A música e o desenvolvimento da mente no início da vida: investigação, fatos e mitos. (Beatriz Ilari)
2. Cante bebê, que eu estou ouvindo...: Do surgimento do balbucio musical. (Esther Beyer)
3. Pensar, cantar, ouvir: reflexões sobre a musicalidade em crianças pequenas. (Esther Beyer)
4. A música no desenvolvimento infantile: concepções e desafios. (esther Beyer)
5. A importância da interação no desenvolvimento musical: um estudo com bebês de 0 a 24 meses. (Esther Beyer)


A música e o desenvolvimento da mente no início da vida: investigação, fatos e mitos
Beatriz Ilari – UFPR

O texto discorre sobre quatro questões que envolvem a aprendizagem da música: a inteligência, a linguagem, a matemática e a leitura, considerando que o cérebro humano é mais maleável para a aprendizagem nos primeiros anos de vida, assim como o desenvolvimento auditivo, e as preferências e memórias musicais.
Incluir a musicalização no universo infantil auxilia no desenvolvimento auditivo, motor, cognitivo, social, e ainda fortalece as relações afetivas familiares.
Porém, muito mitos envolvem a questão da aprendizagem musical, referindo à vivência musical um ganho de inteligência ou facilidade para o aprendizado da matemática, o que ainda não está comprovado na comunidade científica, apesar das inúmeras experiências realizadas (Rauscher, Shaw & Ky: 1993 – 1995; Costa-Giomi: 1999, Schellenberg: 2004).
Em relação à linguagem, é sabido que há uma relação muito estreita entre o desenvolvimento da fala e da leitura, e a musicalização é percebida até mesmo na forma com que os adultos falam com as crianças, que para alguns estudiosos, entende mais o tom melódico e afável da voz do que a palavra propriamente dita. Porém também não existem garantias de transferência cognitiva de uma área para outra.
O que é possível defender é que a música deve ser estudada e utilizada como um fim em si mesma, e não como meio de desenvolvimento de outras áreas ou contextos. Ela possui um valor em si que transcende as questões acima abordadas e envolve a comunicação e a expressão, a transmissão e reconhecimento da cultura, a importância de desenvolver o aprendizado da audição, canto, representação, reprodução, criação, composição, improvisação, movimento, dança, execução instrumental, entre outras.



CANTE, BEBÊ, QUE EU ESTOU OUVINDO...: DO SURGIMENTO DO BALBUCIO MUSICAL
Esther Beyer

O texto reflete sobre o processo de desenvolvimento musical do bebê, que deve ser entendido como um ser único e complexo e não fragmentado sob análises neurológicas, psicológicas, fonoaudiológicas, entre outras tantas, um ser capaz de produzir diferentes sonoridades, e seria capaz de até ter preferênicas musicais!
Ao interagir com o ambiente sonoro, o bebê passa a assimilá-lo, sendo a audição o primeiro passo da aquisição da estrutura, que somente será criada após a açào do bebê sobre o objeto sonoro.
Ao nascer, o bebê realiza trocas sonoras com o mundo de forma sensorial e motora. Essas experiências poderão tornar-se posteriormente esquemas abstratos e conceitos formais. O entendimento se dá a partir da vocalização (que possuem intensidade, altura, contorno melódico, ritmo, timbre e andamento difenciados da fala), e não propriamente da palavra que é dita, e são uma forma de educação musical.
O bebê não difencia os sons do mundo verbam dos sons do mundo musical, como faz o adulto.
Se o primeiro som que o bebê produz é o choro, e este indica ao mundo que ele está em sinal de alerta: fome, dor, sono, gradativamente irá produzir outros sons, passando a interagir sonoramente também quando está em situação de bem estar, e em seguida, produzindo desenhos melódicos ascendentes-descendentes, ascendesntes e complexos(com vários contornos). Já entre os 8-9 meses já procuram acompanhar com alguma aproximação o contorno melódico de várias músicas.
A reflexão que se apresenta é que é preciso envolver aspectos variados na musicalizacão de bebês, envolvendo tanto possibilidades auditivas quanto motoras, e utilizando variação de repertório.



A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO MUSICAL: UM ESTUDO COM BEBÊS DE 0 A 24 MESES

Através das experiências realizadas com bebês de 0 a 24 meses, no Programa de Extensão da UFRGS Música para Bebês, a autora apresenta a importância da interação dos cuidadores com o envolvimento da criança nas atividades musicais.
O bebê interage com o mundo que o cerca, e nesta interação vai formando sua conexões neurais, aprendizagens, experiências, que são influenciadas pelo ambiente: tipo de cuidado, estimulação; sendo que o cuidado inicial é decisivo em como cada indivíduo vai aprender ao longo de sua vida.
Neste contexto, também na música é preciso proporcionar momentos de interação, de carinho, de troca, pois ela é de extrema importância na construção do cérebro, que é estimulado em outras áreas pouco trabalhadas, como a sensibilidade estética, a criatividade e a imaginação. Alem disso, a educação musical, segundo Bastian (2003), modifica a inteligência, o comportamento social e o desempenho escolar, além de contribuir no desenvolvimento psicológico, fisiológico, cultural, auditivo-educativo, estéticos.
O bebê é extremamente suscetível ao mundo que o cerca, podendo “perceber” e manifestar, por exemplo, situações de depressão da mãe. Daí a importância do trabalho com música, que pode ser positivo tanto para o bebê quanto para o seu cuidador.
Segundo Maffioletti:
(...) As experiências com música, desde as mais elementares, são importantes em dois sentidos: porque promovem o conhecimento musical no sentido da aprendizagem restrita ou strictu sensu; e são importantes porque são experiências necessárias à formação de esquemas e estruturas de pensamento, que funcionam como condições prévias para as novas aprendizagens de sentido amplo, ou lato sensu.
O estudo em questão observou que, quanto mais cedo o cuidador deixava de interagir, ou ausenta-se da experiência musical com a criança, menor parecia sua iniciativa em relação à música em idade superior. Porém a dinâmica do trabalho grupal pode compensar a ausência da interação do cuidador, através da motivação de outros bebês, outras mães e da professora.



PENSAR, CANTAR, TOCAR E OUVIR: REFLEXÕES SOBRE A MUSICALIDADE EM CRIANÇAS PEQUENAS

O texto em questão propõe uma reflexão sobre as práticas de musicalidades em crianças pequenas, abordando questões a serem consideradas quando ao se propor atividades musicais para estas crianças.
Inicialmente, é preciso considerar o que pode considerar uma criança musical ou não. Uma variedade de imagens colhidas na rede mundial de computadores pode mostrar crianças extremamente talentosas tanto na execução vocal, quanto instrumental, mas estes casos são exceções.
Gembris (1998) realizou uma grande pesquisa, onde pode-se apontar quatro aeras da musicalidade, quais sejam: Capacidade de experiência – ouvir, ter prazer e sentido com a música; Capacidade musicais práticas – cantar, tocar, ter ritmo, reconhecer, criar e expressar música; Habilidades musicais cognitivas – ter conhecimento musical – músicas e notas; Capacidades Gerais – saber tocar, dançar.
Ao educador musical cabe ir em direção à construção da musicalidade que cada criança possui, considerando todas as possibilidades musicais que ela vivencia.






A Música no desenvolvimento infantil : concepções e desafios
(Esther Beyer)

O texto estudado relata algumas experiências em atividades de musicalização em crianças, através da análise de cenas de bebês e crianças em situação de aula de musica, individual e com outro bebê.
As cenas observadas mostram situações diversas onde ocorrem comportamentos diversos de pais, cuidadores e crianças.
As observações levaram as estudiosas a compreender que algumas crianças levam mais tempo para participar das atividades com musicalização e ações musicais, e que as mães podem interferir positivamente ou negativamente neste processo. A forma como o adulto cuidado entende o universo infantil e interage com o mesmo determina sua interação com a criança. Assim, ocorrem algumas suposições: a) eu sei que o bebê não sabe; b) O bebê sabe o que faz; c) Meu bebê pode aprender.
Em que pese a expectativa que os pais, e também a família tem em relação à aula de música, a forma como estes intervem na aprendizagem musical é extremamente significativa. Cada criança tem uma evolução musical diferenciada, que precisa ser compreendida por pais e professores.
A este último, cabe, especialmente, refletir sua epistemologia para que, ao compreender cada avanço da criança, possa instigar ainda mais o seu desejo de aprender.

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